Ao olhar para o todo e pensar em nada, percebe que tudo está prestes a desmoronar, o sentimento que outrora sentiu, de certa maneira se foi sem ao menos deixar rastros, assim identificou o começo do fim, sabia que seria necessário ter coragem para assumi-lo, pois prolongar algo fadado ao fracasso é sofrer durante a insistência e no término, visto que o fim é inevitável, mas é tratado como um elefante na sala.

Quer ficar, mas também quer ir, procura pretextos para permanecer, mas para partir não há explicação, ele apenas quer. Se questiona o motivo súbito de querer partir, aparentemente estava feliz, tudo parecia estar no caminho certo, qual o motivo de tamanha reviravolta?

Despedidas em sua maioria não são fáceis de lidar, como ilustrado na belíssima canção de Leandro e Leonardo “Não aprendi dizer adeus”, estamos acostumados com o famoso nunca é um adeus sempre é um até logo, esperamos de alguma forma haver uma brecha para talvez voltarmos, entretanto, podemos correlacionar essas situações com o grandíssimo Tim Maia com a canção “Me dê motivo” que às vezes é necessário exemplificar que a soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa para irmos embora de vez, mas a vida não é um triangulo retângulo.

Em alguns momentos de nossas vidas seremos a moça que partiu na música de Tim Maia, em outros seremos quem procurará incansavelmente alguém que se foi, por várias noites sem dormir e exaustos, procurando alguma dica ou pista e insistindo em algo que se foi e provavelmente nunca mais voltará.

Ao apreciar o seu redor teve a certeza que aquele seria o momento de partir, sem despedidas e deixando tudo para trás, iniciando seu novo começo, o que está no passado já não lhe pertence mais, a sensação era de alívio, toda angústia sobre se devia ir ou ficar não existe mais e saiu apagando a luz e fechando a porta, não era o último a sair, mas não queria ser o único a permanecer.