O início de qualquer tipo de relação em suma é maravilhoso. A curiosidade de descobrir os interesses do outro aparentemente não tem fim, horas e horas conversando sobre qualquer coisa, o tempo parece passar tão rápido, é como maratonar uma série, em episódios e episódios o dia amanhece! E assim você terminou uma série em um final de semana, assistir novamente logo após terminar não faria sentido lógico, parte em busca de outras séries para preencher o vazio.
Na filosofia há diferenças entre as definições de amor, com Platão por exemplo o amor é sobre o desejo e neste sentido amamos somente enquanto desejamos, quando conseguimos, o amor acaba, já que não desejamos mais. Aristóteles por sua vez nos traz em sua definição que o amor é por aquilo que já temos e não pelo que desejamos ter.
De fato nada é igual como a primeira vez, quando você por exemplo experimenta um doce novo a priori ele é incrível, na segunda é maravilhoso, na terceira o sabor se torna comum, na quarta o que antes adoçava a sua boca torna-se enjoativo! Em algumas de nossas relações encontramos ou somos aquele doce que ao consumir muitas vezes fica sem graça, entretanto, sabendo que no final torna-se quase intragável ainda assim guardamos em nossa dispensa, pois sempre que queremos sentir o sabor adocicado e não haver novos doces, saberemos onde encontrar algo que pelo menos mate nosso desejo repentino.
Assim partimos em busca de novos sabores e por ventura encontrar o amor proposto por Aristóteles, mas nem sempre iremos amar o que já temos, pois aquilo se torna banal em nossa percepção cotidiana. Os desejos dos seres humanos são insaciáveis, pois quando sonhos e desejos acabam sua trajetória terminou!
Porém nem tudo é sobre o que queremos e sim sobre o que ainda temos, entretanto, a falta dói e machuca, já a alegria da presença é quase imperceptível. Será que realmente precisamos perder para dar valor?
Eu gosto de escrever o que não é sinônimo de escrever bons textos. Meus textos são baseados na livre criação artística e sem compromisso com a realidade, qualquer semelhança situações da vida real terá sido mera coincidência.