Pode-se talvez afirmar que você tenha conhecido uma versão de um eu que sempre quis ser, mas somente você soube entender ou talvez não, enquanto conversávamos implorava mentalmente para que o fim nunca chegasse, mas como apresentado na música Ironia da Banda Tópaz “O que é bom a vida dá, pra depois poder roubar e morrer de rir ao ver que você não tem mais”.

Então ficamos em uma corda bamba para não nos confundir e desequilibrar um sentimento que ali não havia possibilidade de surgir, uma vez que, é errado eu me aproximar e cultivar esse sentimento que está brotando em meu ser, mas apesar de querer, tento permanecer estático e me equilibrando nessa corda até chegar ao outro lado sem bambear.

Diante desta relação quiçá equilibrada, havia esquecido de como era estar apaixonado, nessa euforia de perder o juízo, de sentir meu coração acelerado só de pensar em ti, eu gosto da sua risada e seu jeito de ser, tudo que você faz parece incrível, eis aqui o problema da paixão a tal idealização, pois em minha mente você é incrível e sem defeitos, mesmo com teu jeito sutil de ser, uma junção do universo no mínimo inusitada.

Retomando a razão e percebendo que me desequilibrei e somente você chegou ao fim desta corda bamba, nesta competição de equilíbrio ao menos alguém permaneceu equilibrado o suficiente para chegar ao outro lado, talvez a minha emoção agiu rápido demais e acredito que não estava sozinho neste desequilíbrio, mas a paixão tem validade e geralmente em tempos diferentes aos envolvidos, se acaso a outra parte estava realmente envolvida, é como o “já” do disparo da corrida, eu fiquei para trás e você já partiu.

Observando daqui eu entendo sua partida, é o que mais gosto em você sua racionalidade, mas se você soubesse a falta que sinto de ouvir sua voz  e de seu sotaque, mesmo eu sendo um ser desequilibrado e totalmente errado, você me fez lembrar que paixão também dói e machuca, mas não para sempre em algum momento chega ao fim e o que resta são apenas memórias.