Reflexões

Aprisionado em si

Ao olhar no relógio tão logo percebe que são altas horas da madrugada, então tudo faz sentido, aquela mistura de angústia com vontade de mudar o mundo, colocar todas ideias em prática e a ansiedade pelo amanhecer para fazer tudo diferente.

Então o dia amanhece, ao ouvir o despertador, toda euforia que sentiu antes, agora se esvai pelo corpo e novamente aquele dia seria mais um quanto aos demais vividos, tudo parece se repetir, as mesmas pessoas, as mesmas tarefas e a mesma rotina, ao final do dia estará no mesmo lugar onde esteve ontem.

Seguindo o script ao decorrer do dia, vive a vida de alguém que não a sua, se questiona o motivo de sentir-se entediado uma vez que conquistou o que a sociedade aparentemente promove para “viver bem”. Ao final da tarde aprecia a noite chegar e aquela inquietação novamente retorna, sentado observa sua coleção de relações superficiais e vazias, os troféus que relações de mentira te proporcionaram, ecoam em sua mente as palavras que proferiu constantemente “só vou ser feliz, quando eu ter…”.

Agora que possui as coisas que supostamente sonhou em ter, a sensação não é a que esperava, desistiu de seus sonhos sem sentido para seguir os que te foram impostos, vivendo a vida que esperavam de você e não a que você queria. Qual máscara social vai usar hoje?

Preso em suas convicções, nos limites que impôs a si mesmo, os que estão ao seu redor gostam da pessoa que demonstra ser, não a que realmente é, sente a vontade imensa de “chutar o balde”, mas com a sensação que terá que buscá-lo, permanece em looping de a cada dia tentar fazer diferente e acreditar que nada foi em vão, pois demorou para chegar no lugar a qual está, e assim fracassa a cada tentativa de desatinar.

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